4 de dezembro de 2011

Este não é um blog de música




Post e mixtape patrocinados por minha (atrasada) paixão incondicional à Lana Del Rey, que incondicional como qualquer amor,  nem liga se ela é fabricada por sua gravadora ou não.

Bocão de Donatella, Voz de (Nancy) Sinatra <3



Foto [via YourMusicToday]

15 de novembro de 2011

31 de outubro de 2011

You're gonna lose your soul tonight



"My suitcase is packed with all your heartbeats
so i walk to their sound and head towards the sun
So my shadow will cover the tears on the ground
I'm moving away form the place where you took your last breath
to find you my love in the magic of life after death"
Intro - Dead Man's Bones

18 de outubro de 2011

"You put high heels on and you change"

Lista de feeds é uma coisa muito ingrata! Me dei conta dessa infelicidade informática quando num vórtice de cafeína quis atualizar todas minhas leituras atrasadas de meses que, mesmo gastando horas e horas não consegui ficar em dia.
Mas, felizmente, dentre do apocalipse de 'tendencias do dia'/'shape da estação'/'must-have' encontrei um post no fim do túnel. (Mas que fique claro que estou desconsiderando a minha relação de amor e ódio internética: RookieMag)

Talento: invejo e morro de raiva mas reconheço

Matéria bem recente do NYT, a escritora Tricia Romano fala sobre um recente "tendência"(se pudesse colocava mil aspas) que ela tem percebido na noite novaiorquina: homens usando sapatos de salto-alto.

Não é novidade pra ninguém que este fato não é inédito. Até o século XV, usar salto-alto não configurava-se como uma escolha baseada em gênero, mas sim em nobreza e prestigio, já que somente as nobres utilizavam o sapato.




O que achei mais animador, porém é como tal atitude frente ao vestir possibilita maquinar milhares de outros jeitos de pensar a vida. Uma simples apropriação de um item do guarda-roupa do sexo oposto que permite pensar questões não tao simples assim.

É impossível que, vendo tais imagens, não pensemos sobre a rígida divisão sexual que se impõe nas sociedades de boa parte do mundo. Não somente esta como também a irritante 'cartesianidade' lógica que tudo deve seguir. 

“As far as we’re concerned, this is just bringing a look to a club — which is what you are supposed to do.”-Mr. Wagner

O interessante dessas 'manifestações indumentárias' é que ninguém, em nenhum momento afirma um desejo de se tornar o outro sexo. Na maioria dos casos, esse jeito de se vestir é movido apenas pelo desejo de escapar um pouco do âmbito (muitas vezes) repetitivo de 90% da moda masculina, império da sobriedade e da inteireza.

E o que me faz ter um certo desânimo da moda masculina é justamtente isto, esta integridade que sempre deve estar presente. Longe de mim querer revolucionar a moda e acabar com o íntegro, mas transformar isso num quase-dogma não rola. É limitador, sem fututo e, claro, entediante. 

Mas não temas leitor(a) meu, solução existe!  Tudo bem que a maioria seja em filmes, editoriais, campanhas ou passarelas... mas só por enquanto :)
Karl meets Gareth VMAN Fall '08
Rick Owens
Jamie do http://jamiesblog.nl 





PS.: O título do post é uma citação do Manolo Blahnik
PS.2: A Tricia Romano tem um portifólio jornalístico incrível no site oficial dela, além de ter um radar muito bom para discutir questões super pertinentes de comportamento+internet, tipo esse post sobre haul videos no YouTube
Fotos [via: Adriana AllenAndrés Velencoso SeguraFashion&Style(NYT), Fashion Indie, ModCloth,  OiModaUnitedBlogs Of Benetton]

19 de setembro de 2011

2 de setembro de 2011

Cadê meu jatinho nessas horas?

Até uns anos atrás, antes de me adentrar no fantástico mundo de Bobby da moda, tinha a Bélgica apenas como o país dos chocolates mais comentados do mundo. Entretanto, assim como a Austrália, descobri no país sede da União Européia coisas tão interessantes quanto o doce de cacau, e Walter Van Beirendonck é uma delas.

O designer foi parte dos 'Antwerp six' que tombaram muitos preceitos da moda no final da década de 80, quando terminaram a graduação na Royal Academy e foram para Londres expor seus trabalhos.Dentre estes, Beinrendonck é o que até hoje possui um apelo mais pop em sua criação. 

Marina Yee, Dries Van Noten, Ann Demeulemeester, Beirendonck, Dirk Bikkembergs e Dirk Van Saene: mais do que só carão
Porém, no caso de Beinrendonck o 'pop' de seu trabalho é mais um viés pelo qual ele trabalha seus temas, que vão de política a relações interpessoais e de gênero. Afinal 'Welcome little stranger' é bem mais do que uma representação vestimentária(e literal) devotada á cultura UFO. O 'stranger'  pode ser não só o alien, mas o vizinho, a família, ou quem sabe nós mesmos.
Welcome Litte Stranger, coleção Spring/Summer de 97
E recentemente foi anunciado que o designer terá uma exposição-retrospectiva do seu trabalho. Tendo lugar no MoMu(o museu de moda da Bélgica) a partir do dia 14 desse mês. A exposição além de mostrar as peças funcionará também como um vislumbre do 'universo Beirendonck' e de tudo aquilo que de que ele se inspira/faz referencia nas suas criações.



PS.: O catálogo desta exposição é meu santo graal pessoal a partir de hoje.

Fotos [via: BleuissanteMoMu Walter Van Beirendonck]

17 de agosto de 2011

Para sempre amor de golfinho


"quanto mais reinventas as sombras
da língua, as fugas,
mais outro será o sol
do desafio
quanto mais perto do absurdo
mais real:
vestígios da lama no teu
rosto. Mãos de Irreal."
trecho do poema antropofagia delirante de virgílio de lemos

Assim, por meios não mais importantes que o fim, caí de alguma maneira nesse confuso balaio expressionista-antropofágico que é Connan Mockasin


A banda neozelandeza que existe desde 2004 tem como vocalista Connan Hosford, cuja voz lembra muito a do Billy Corgan do Smashing Pumpkins. Outras referências perceptíves na banda são a psicodelia musical tanto de Pink Floyd quanto do Animal Collective.


E quando digo ser expressionista muitas das imagens da banda, a comparação não é em vão . Tudo é muito carregado, muito forte e muito evidente. A maquiagem, roupas, efeitos sonoros e edições toscas assumem e evidenciam suas existências como complementos para a criação na banda. Porém agora o complemento parece ameaçar o protagonismo daquilo que deveria ser complementado.
O visual artesanal-kitsch dos videoclipes, e a mistura de referências estranhas em contextos ainda menos usuais é como um eco óptico e amalucado de uma sonoridade que aproveita-se dos mais diversos movimentos, influências e instrumentos da história da música.


A construção imagética lembra muito a de bandas como Fever Ray ou a Iamamiwhoami onde uma estética do poorly-made e do visceral sequestram nossos olhares da avalanche digitally-enhanced, que com 0s e 1s afina qualquer voz, emagreçe qualquer corpo e aperfeiçoa qualquer rosto. De encontro com a maior parte da produção atual, quando distanciam-se de uma perfeição de acabamento e unidade de sentido, tais bandas parecem atestar a plena ruína destes pilares há muito consagrados.
É como se, de alguma maneira, sugerissem que nem tudo precisa ser compreensível  e que nem toda falha precisa ser consertada.


"oh when I retire I hope the snat suit fits me well,
 I want to be a hybrid with lovely memories"
Please Turn Me In To A Snat - Connan Mockasin

PS.: snake +  rat = snat

Made in China

Louis Vuitton gigante em frente à loja da grife em Shangai
Assim como qualquer nicho econômico, a criação e consumo de moda na China vem chamado atenção tanto de marcas ocidentais quanto de investidores, que encontram no país dos fogos de artifício um mercado em crescente expansão e com potencial de consumo gigantesco.


Entretanto, ao passo que este consumo de luxo aumenta progressivamente,  a produção desses bens pelo próprio país sofre uma espécie de auto-boicote pelo povo chinês,  que pode ser percebido de maneira bem delineada no consumo de marcas ocidentais como Louis Vuitton, Gucci, Chanel, Dior, Balenciaga, Prada, Calvin Klein e afins. O caso é que, por ter se transformado numa espécie de "país da mão de obra" a China produz quase tudo que é comercializado mundo afora, e dessa maneira, comprar um carro produzido no país mostra-se como algo de menos prestígio do que comprar uma mercedes-benz norte-americana, por exemplo.
Agyness Deyn na capa da Vogue China de nov/2008
Ainda assim, mesmo que o mercado local mostre-se "hostil" para a  criação e venda, muitos designers chineses despontam não somente no país como internacionalmente. E, mais interessante ainda, é a maneira com que estes conseguem desvenciliar-se do clichê etnico/exótico consumido no ocidente sem perder características que remetem tanto aos costumes, tradições e história , quanto a atual situação socio-econômica do país . 
Dentre os muitos expoentes da moda chinesa, gosto particularmente de duas designers que, por mais divergentes que sejam na criação de suas peças parecem de certa maneira compartilhar alguns aspectos condizentes à produção de moda: Ma Ke e Guo Pei


Ma Ke, com sua marca Exception de Mixmind, propõe um design de moda mais orgânico, de construção mais sutil e menos acelerada. O processo criativo de sua coleção de 2007 foi documentado e utilizado no filme Useless(無用/Wuyong) que contrapõe sua criação com as de marcas,tanto ocidentais quanto orientais, onde a frequencia de mudança é exageradamente alta.

Ma Ke nos bastidores do desfile-instalação em 2008
A estilista propõe um pensamento de moda que desacelere um pouco a lógica capitalista que parece ter hoje em seu país a versão mais kitsch-hiperbólica de toda  a história.  Refletindo sobre essa incessante descartabilidade das coisas, é na contramão dessa rápida temporalidade que Ma  Ke trabalha quando, por exemplo, enterra suas roupas por um longo período antes de expô-las. 



Ao estampar o tempo em suas criações, seja enterrando-as, ou utilizando-se de processos que demandam uma maior quantidade de tempo, Ma Ke coloca em questão algo pertinente não somente ao mercado de moda chinês como também ao mercado ocidental com suas frenéticas coleções e a necessidade (questionável) de sempre apresentar algo novo. Indo bem além dos habituais fashion shows, tanto em execução, pensamento e ideais, as coleções da estilista tiveram exibições no Victoria & Albert em Londres e no Museu Nacional de Arte da China



E ao passo que Ma Ke  procura uma temporalidade mais lenta, sua conterrânea Guo Pei parece embalar nesse crescente desenvolvimento da China e tomar para si a responsabilidade de representá-lo vestivelmente. É perceptível a semelhança das criações da chinesa com as feitas pelas Maisons de Couture francesas, bem como o próprio NYTimes observou no ano passado quando a estilista ganhou notoriedade ao ter sua criação utilizada por Li Bingbing no Festival de Cinema de Veneza.

A atriz Li bingbing
Guo Pei no backstage do remake chinês da Opera italiana 'Tosca' em 2009

Trabalhando de maneira suntuosa com materiais dos mais caros, Guo Pei desenha silhuetas e propõe estruturas que, mesmo tendo referências do imaginário chinês, são mais do que mera produção figurativa. Além disso, a estilista tem uma forte influência de óperas, meio pelo qual surgiu seu interesse em roupas. Não é a toa que suas criações e formas incomuns tenham chamado atenção do Formichetti(stylist da Gaga).
 

Contudo, é perceptível na designer algo que parece um 'não levar tão a sério' estatutos que aqui no ocidente são quase como leis. Tanto que, mesmo o fato de ter suas roupas mostradas à mother monster, ou a recusa desta de usá-las nos shows(alguns vestidos pesavam mais de 18 quilos!) parecem não ter tido muita importância para estilista.

E por mais que Guo Pei já possua 'compradoras fiéis', muitas de suas criações, assim como as de Ma Ke tocam na ferida comercial da moda de maneira exemplar quando se propõem a criar peças que, mais do que lucro, procuram no design uma força produtiva a ser pensada e experimentada.

Dessa maneira, tão paradoxalmente quanto a Gefühlsträger que eu já falei nesse post, as duas estilistas fazem, roupas que transgridem a função original de cobrir o corpo e atestam ,cada uma  da sua maneira, uma existência quase escultórica.

30 de maio de 2011

Um post ready-made



Pra que escrever quando tudo que eu quero dizer já foi publicado no vimeo?

23 de maio de 2011

COMME des GARCONS x Matt Groening

Vez ou outra, costumo encontrar coisas que pareciam separadas por milhas de distância e que se juntam em circunstâncias que parecem ter sido calculadas no shuffle do iPod, ou do Zune,  caso os anti-apple sintam-se excluídos.
Minha experiência mais recente desse tipo foi com a  parceria entre Rei Kawakubo e o cartunista Matt Groening.



A capsule colection de t-shirts, com estampas pensadas a partir da série de quadrinhos 'Life in Hell'(um trabalho não tão mainstream do cartunista) , foi lançada semana passada na loja da Grife em NY num evento onde, quase por milagre, a estilista estava presente. E, tão legal quanto as estampas da coleção, foram os modelos da grife que o povo tava usando.
Sabe aquelas pessoas que, só pela roupa, já dá vontade de ser BFF, comentar os bafos de Cannes e exposições de arte tomando Earl grey? Então.




Pra mim chá verde, onegaishimasu.

Fotos [via Style.com, TheHypeBR, & HypeBeast]

9 de maio de 2011

Enquanto aqui temos Gisele para a C&A...


Entretido com a vastidão de informações não só pertinentes a moda que encontro nos meus feeds, consegui finalmente acompanhar as fotos da campanha e das peças da parceria dos novatos da Meadham Kirchhoff com a TOPSHOP. Diferentemente daqui no Brasil, onde a C&As, Riachuelos e afins investem em uma venda garantida, através de colaborações com celebridades ou 'autoridades' de moda, a rede de fast-fashion inglesa parece ter acertado, e muito, ao criar uma coleção em conjunto com estilistas não tão afamados.

Quanto às peças, mesmo sendo para uma produção em escala infinitamente maior do que  a de costume, parece que a tentativa de 'acomodar' toda a vibe 'artsy' do último desfile em roupas de execução mais simples foi muito bem sucedida.



E enquanto as redes no brasil não investem em novos olhares na moda, só nos resta esperar. Motivo para isso temos, afinal.
Fotos [via Refinery29 & StyleBubble]

24 de abril de 2011

Metropolis, ou o pedido oficial de desculpa à Austrália






Editorial pra revista australiana Faint, com criações de Kamila Gawrońska-Kasperska e fotos por Maciej Boryna.

PS.:Acho que só um apedrejamento com Vogue Italia edição especial pra expurgar essa minha culpa