Editorial pra revista australiana Faint, com criações de Kamila Gawrońska-Kasperska e fotos por Maciej Boryna.
24 de abril de 2011
Metropolis, ou o pedido oficial de desculpa à Austrália
Editorial pra revista australiana Faint, com criações de Kamila Gawrońska-Kasperska e fotos por Maciej Boryna.
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editorial
11 de abril de 2011
Uma Austrália sem(tanto) sol
Gostaria de saber quem inventa esses clichês de senso comum. Não que eles sejam de todo ruim, condensar fatos e informações múltiplas para dar um veredito único, uma média, tem sua utilidade quando assume a parcialidade na qual é fundamentada. O ruim é quando essas médias, esses lugares-comuns delimitam aquilo que descrevem a ponto de muitas pessoas acreditarem que se trata somente daquilo.
Digo isso por minha recente experiência musical pros lados da Austrália: país que eu considerava, devido a tais considerações reducionistas, lugar de muita natureza, calor, praias e animais. Praticamente um Brasil, só que com cangurus.
Fora Kylie Minogue, Nick Cave e Bee Gees, a Austrália se apresentava para mim como uma grande vazio de boas produções musicais. Julgamento esse que, graças às minhas recentes incursões no last.fm, consegui modificar.
Além do demônio da tasmâna e do surf, a Austrália têm trazido produções musicais de ótima qualidade dentre as quais cito The Presets, Empire Of The Sun, Midnight Juggernauts e Ghostwoods. Sendo a última foi o verdadeiro motivo do presente post.
Acho que descobri Ghostwood no começo de 2009 e, fascinado pela atmosfera mais obscura de suas músicas, logo tratei de achar que eram pós-punks londrinos. Ledo engano.
Formado em 2006, o quarteto de Sydney gravou em 2007 o primeiro, e até então único, EP homônimo. Taxados à primeira vista de shoegazers, a banda parece vingar-se da denominação quando divulgou há algum tempo no Facebook suas duas novas faixas: Sunset Mirage e Cutlass. De debochado à brincalhão e sem propósito, os videos dessas duas faixas vão de encontro à considerável produção do seu primeiro single 'Red Version'.
Mas o que falta na produção visual sobra na nova sonoridade que a banda inaugura com as músicas, deixando para trás a vibe enevoada do primeiro EP. Nas novas faixas, a seriedade presente em quase toda atmosfera do EP anterior foi sobreposta por uma miragem caleidoscópica de cores e formas várias, que beiram o dream-pop e passam quase de raspão na surf-music que tanto desprezo, mas que eles souberam reaproveitar de uma maneira muito digna.
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música
4 de abril de 2011
That's the thing with magic. You've got to know it's still here, all around us, or it just stays invisible for you
O clipe novo da Katy Perry é o motivo desse post. Diferentemente do que eu pensava o clipe é uma ótima produção, e apesar do finalzinho merchan-nonsense acho que Katy Perry acertou, mas não tanto quanto em 'You're so gay' minha música favorita, com um clipe e produção bem menos intergalático e ainda assim super legal.
Mas, saindo dos meus rodeios, vamos ao que interessa. Vídeo rodando, pencas de efeitos, sintetizadores reinando, Katy com uma dollface from mars e assim, do nada, me senti meio robô.
Dispenso discursos clichês pós-modernistas__ou serão hipermodernos, Lipovetsky?___ que colocam o avanço tecnológico proporcional à perda dessa 'humanidade' e que, a longo prazo, nos transformará em máquinas sem coração.
Eis o que eu acho: com tanto avanço científico, teorias pra cá e teorias pra lá, analisando e explicando sub-atômicamente cada nanômetro de nossa existência, viver fica um pouco menos fantástico.
É disso que eu sinto falta: desse mágico que pede rituais de fogueira, onde a pele marcada pela experiência expõe suas feridas e atesta sua perenidade numa dança em êxtase. Sinto falta desse místico que coloca um véu sobre as coisas e que, por mais que tentemos, não conseguimos tirar.
Carlos Miele F/W 2011 |
Reserva F/W 2011 |
Comme des Garçon F/W 2011 |
Roskanda Ilinic F/W 2011 |
Comme des garçons F/W 2011 |
Gareth Pugh F/W 2011 |
Manish Arora F/W 2011 |
Talvez saber os elementos e reações químicas responsáveis pela chuva seja (bem) menos interessante do que só observá-la cair.
PS.: O título é uma citação do escritor/músico Charles de Lint.
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