31 de maio de 2012

Sobre o tempo das coisas

Lembro que quando criança, ainda nos primórdios dessa maravilha relacional-tecnológica que é a internet, numa época em que dia de computador era apenas finais de semana ou após a meia noite, ficava horas e horas esperando downloads de músicas. Filmes então, só depois de um mês se estivesse com sorte.

Eis que recentemente aumentei a velocidade de internet e entrei para a média nacional de 2Mbps. Há algumas semanas atrás, enquanto baixava alguma coisa, sempre dava tempo de um café, ler algum recado de sms e rabiscar alguma coisa, mas desde que aumentei minha conexão as coisas têm sido diferentes.
Numa manhã qualquer destas, ao começar um download percebi que o tempo estimado seria de DEZ minutos. Meio que num desespero para acomodar meu desempenho ao desempenho de minha nova internet, tentei diminuir ao máximo o tempo que eu dedicava a cada uma dessas atividades de alguns dias atrás. Nem consegui tomar o café.

 Resultado desta desventura matinal ou não, tenho passado um (considerável) tempo longe daqui. A rapidez com que as coisas vêm acontecendo têm me causando cada dia mais tédio frente a elas. Tédio pela quantidade  que me impede de digeri-las . Tenho me sentido um ganso de foie-gras da era da informação e acho que não sou o único.

Preciso de espaço. Preciso de tempo, e de um hamburguer