30 de abril de 2010

VMA 2003 rendeu né?


Eis que hoje, ao ler os posts no google reader me deparo com o clipe novo da Aguilera, que aliás tem sido meio escanteada, uma vez que não grava um álbum há milênios e não têm dado alguma prova de criatividade que nos faça, por exemplo, esperar até altas horas para uma premiere de um clipe seu(como aconteceu com Telephone da Lady Gaga).
Sabendo que todo mundo iria comentar mesmo, e que de 10 posts que eu lesse no mínimo uns 4 falariam desse tal clipe, apertei o play e fui buscar o café, pensando que esse por suas qualidades estimulantes, me fariam não pausar o clipe no meio e correr pro iTunes ouvir o cd novo da Kate Nash.
Como de esperado, o café não adiantou. E no primeiro grito da moça(aos precisos 12 segundos) não me contive e fiz meu ritual de purificação mencionado acima. Já sabendo que a música não seria lá aquelas coisas, coloquei mudo e fui ver o que a gennie in a bottle havia feito.
Pra falar verdade, o clipe todo é uma porcaria. Mesmo o figurino usado. Não passam de refêrencias de outras cantoras, e algumas copiadas na cara dura. De todo o figurino só salvaria o colar que ela usa no início do clipe, uma coisa bem egípica.Fora o figurino, tem sempre aquela coisa britney/madonna e afins. Mas essas duas, pelo menos, têm músicas boas pra "buátchi".
Mas o que esse clipe me deixou pensando(consegui pensar vendo um clipe da Xtina? Aleluia!) foi que essa estética de crazy-bissex-bitch vem tomando conta da indústria pop ultimamente.Vários anos após o tribeijo MadonnaxBritneyxAguilera esse apelo ao bissexualismo não para de crescer a cada dia.
E você leitor liberal(ou não) deve estar pensando: "Mas isso é uma coisa boa, pessoas assumindo publicamente sua sexualidade ajudará a sociedade a aceitar isso". E se eu te dissesse que é puro marketing?
"Chega mais amiga"

Já faz tempo que a industrias da moda/cinema/música/TV investem nessa imagem feminina que, além de feitichista, deve ser lucrativa, visto seu grande crescimento. Tudo parece se resumir em mostrar uma imagem "moderna", já que hoje em dia a sexualidade é discutida mais abertamente(mas não tanto) do que há alguns anos. E uma vez que a sexualização do corpo feminino e o apelo (hetero)sexual parecem já ter alcançado seu limite, a bissexualidade feminina vem como uma nova galinha dos ovos de ouro(ou de dolares, como preferirem).

É bom lembrar que isso só ocorre no caso das mulheres, consideradas vulneráveis, maleáveis e influenciáveis desde há muito só elas podem ter esses "desvios" de conduta. Desvios esses que são impensáveis para um homem, já que esse deve ser íntegro, de bem, e de preferência, heterossexual.Definitivamente essa imagem de Mulher corrompida x Homem integro é uma discussão que deve ir bem além do que um simples post.

PS.: O clipe da fulana pode ser visto aqui. Mas eu já vou avisando: é see it at your own risk

22 de abril de 2010

Seu presente te condena


Um professor meu disse certa vez que o tempo, como um todo, é uma grande linha, e que mesmo que tenha acontecido muita coisa antes de nascermos, sempre consideramos como melhor ou superior tudo aquilo que é contemporâneo a nossa vivência.

A gente percebe isso a todo o momento, seja com nossos avós dizendo o quanto as coisas eram melhores no tempo deles, ou com os pais reclamando da educação que não é mais a mesma, ou com gente tendo como ídolos absolutos pessoas que fizeram nada mais do que se espelhar em alguem lá do passado. Aquele passado que veio de muito, empoeirado, cheio de conflitos, detalhes e conceitos que você, muito ocupado com o tempo que mais te apraz,o seu, não se dá ao luxo de tentar compreendeer por que algumas coisas eram de certa maneira.
Quer exemplo mais simples disso do que olhar álbum de família? Sei que nessa época toda modernosa, muita gente nem deve saber que há um tempo atrás isso era um "hit"(rs, palavra engraçada essa).Toda familia que se prezasse tinha que ter um álbum, onde se registravam os momentos mais importantes, de nascimentos à formaturas estava tudo lá. Mas qual não é a surpresa que nós, como criaturas de uma época de 140 caracteres, temos ao nos deparar com os modelitos extravagantes ostentados pelos constituintes desse álbum. Tamanhos exagerados, cores estranhas, óculos que por pouco não cobrem o rosto inteiro, e cabelos volumosos até onde os olhos podem alcançar. 
A nossa reação imediata é de estranhamento (Calça boca-de-sino? É algo sinestésico isso?), e por vezes transformamos a pessoa registrada em motivo de piada, por se vestir de uma maneira tão estranha e, principalmente, desatualizada.
Mas todo mundo esquece nessa hora é de que a nossa "atualidade" também não vai durar para sempre. Ke$ha, Gaga, Bieber e afins vão ser, daqui a 20 anos, apenas lembranças (isso se ainda tiverem sorte). Twitter vai ser para nossos filhos o que as cartas (lembra delas?) são pra nós. Logo, você moça bonita de cabelo milimetricamente liso com sua Chanel 2.55 e seus louboutins, ou você rapaz elegante com suas jaquetas cheias de tachas, calça skinny, e cabelo modernex  por mais que se esforçem nunca escaparão dessa armadilha que o sistema de moda(é, aquele que você adora) e o tempo armam para você.
Por mais que você tenha todo o dinheiro do mundo, milhares de roupas no seu closet, sapatos a perder de vista, pencas de acessórios guardados em baús (Louis Vuitton, por favor) e gosto musical atualizadíssimo, você vai ser vítima do momento. O mesmo momento que você consagra como o único tempo existente. Momento que proporciona à você tudo de mais moderno, atual, cool e hype mas que tem, infelizmente,  esse pequeno inconveniente de acabar.
[foto via Trash 80's]

18 de abril de 2010

Porque eu acho apropriado


I change shapes just to hide in this place
But I'm still, I'm still an animal

10 de abril de 2010

The Girl from Atlantis







Editorial aquático da Vogue Japan de Maio tem a modelo Alla Kostromichova fotografada  por Solve Sundsbo. Com looks Mcqueen, Givenchy, Versacce e Miu Miu.

E esse blush de guerreira meu Deus? Tendência made in Juiz de Fora, rs.

[fotos via Fashioncopious]

7 de abril de 2010

Atitude Prêt-à-Porter

Devo confessar que tenho um (enorme) interesse por propostas de marcas que sejam um tanto quanto "incomuns", para dizer de uma maneira mais simples.Uma dessas propostas interessantes que encontrei foi da marca alemã Gefühlsträger, fundada em 2008 por Jenifer Gampe e Janine Voegele, que trabalham na área de moda e design gráfico.

As peças são encantadoras visualmente, e mesmo as formas que parecem ser mais rigidas são feitas de materiais leves. Porém, ainda mais interessante que o aspecto visual dessas roupas é a postura física e psicológica que quem veste deve assumir, quando passa a usá-la 
A Proposta da marca:

"The design outlines of the “Gefühlsträger” collection are tailored to force the wearer into a specific position – physically and emotionally. By the putting on and wearing of the clothes, a feeling you cannot ignore is conveyed.

The clothes force me.
They leave me no option .
They capture me for itself."

E numa época onde a moda se diz tão livre para escolhas, tão democrática, vejo algo como um protesto/denúncia nessas roupas. Elas , analogamente ao sistema de moda, te vendem uma postura(ou pra quem prefere, uma atitude) pronta-para-vestir. É como se o vendedor te propusesse: "Pra que definir sua postura quanto à vida, amor, amizades, prioridades, quando você pode comprar uma pronta?


Fora  a marca, Janine e Jennifer tem outros projetos, que podem ser vistos no site delas: mynameisjennifer.de  e janinevoegele.de

3 de abril de 2010

Mágoa de Caboclo

Martin Cohn e seus Nina Ricci