7 de agosto de 2010

Sobre uma série, muitas roupas, personalidades e pedaços


Já faz um tempo que venho acompanhando, a série United States Of Tara, produzida pelo canal Showtime. Tendo como roteirista Diablo Cody(a mesma de Juno) a série conta a história de Tara, uma mulher que sofre de transtorno dissociativo de identidade, tendo personalidades múltiplas(alters) que a qualquer momento podem assumir o controle de seu corpo e "tomar seu lugar".

Já na primeira temporada são apresentadas 3 alters da personagem que rendeu a Toni Collette um Emmy e um Golden Globe:

T.: uma adolescente de 16 anos bem bitch e revoltada. Pega roupas emprestadas da filha de Tara, Kate, e se mostra como a alter mais incontrolável.

Buck: um ex-militar que serviu na Guerra do Vietnã e diz não ter pênis por que este explodiu na guerra. Em vários momentos dá pra perceber que ele é como um guardião das outras alters.

Alice: uma housewife tão perfeita que parece saída dos anos 50. Por vezes ela parece querer  tomar o Lugar de Tara, dizendo ser ela a "personalidade verdadeira" e Tara uma das alters.

E tão interessante quanto essas múltiplas personalidades presentes em uma pessoa só, é a maneira como tais personalidades se vestem. Na maioria das vezes é possível dizer,  apenas pela roupa, qual alter está "no comando" . Esse é um dos casos onde a indumentária é uma parte, se não essêncial, de grande importância para a construção e caracterização das personalidades que Tara possui.

E por mais divergentes que pareçam, as alters completam Tara como que tomando seu lugar quando esta se vê frente a uma situação em que não saberia como agir, ou decidindo por escolhas que Tara, por ela mesma, não conseguiria fazer.

Nisso consiste o trunfo da série: apresentando Tara e seus vários pedaços, é impossível não comparar com certos momentos em que nos vemos igualmente fragmentados. Fragmentos estes que não são isolados, mas sim interdependentes e complementares.Só que, diferentemente de Tara, nós transitamos por esses fragmentos de maneira bem mais sutil. Tão sutil que por vezes nem nos damos conta.




Pra quem se interessou dá pra encontrar a série, que possivelmente terá uma 3ª temporada, em vários sites por ai. Vale a pena dizer que a trilha sonora também é ótima, de Billie Holiday a The Kills. Tão múltipla quanto a própria personagem.







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