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10 de janeiro de 2011

Di bunita


Editorial para o número #90 da revista australiana Oyster, com roupas de Mathieu Berthemy & Paul Kemler. Andrej, ou "o homem mais bonita do mundo", fazendo jus a sua androgenia.
Bem eye-candy, e só.
[via The Fashionisto]

26 de agosto de 2010

A linha tênue entre o artifício e o brega/kitsch




Com Britney na capa da edição Fall/Winter japonesa da POP Magazine, Takeshi Murakami(do qual eu já falei nesse post aqui) faz o styling da cantora bem como a edição das fotos.
Quem já usou o puricute deve ter tido um déjà vu com a capa. Esse site permite editar suas fotos adicionando à elas várias molduras/adesivos/efeitos para deixar a foto mais "fofa". Assim como o site, Murakami usa de tais referências às cabines de fotos japonesas, o que não é surpresa visto que ele é um representante da pop art do país.

O interessante de se notar (tanto na revista, quanto no site) é a aura de coisa over, quase kitsch, que envolve ambos os casos: É tudo muito brilhante, colorido, chamativo, os espaços são todos ocupados e não há possibilidade de "descanso" do olhar. Um bombardeio de fofura, eu diria.

E como mencionar o kitsch sem lembrar do nosso brega, aquela música melosa sobre de dor de cotovelo ou traição que toca em 10 a cada 10 postos de gasolina do interior ou bar decadente; ou aquele bibelô da loja de R$1,00; ou então aquela camisa comprada na banca de promoções.

E o que há de interessante nesse brega/cafona/kitsch você deve estar se perguntando? Na minha opinião, o maior trunfo de qualquer coisa taxada com algum desses nomes é o fato de tais não serem tão sóbrias/sérias, é como se, uma vez taxadas de duvidosas, elas se deligassem de qualquer responsabilidade quanto à sofisticação, elegância ou moderação.
Um exemplo disso são as obras de Jeff Koons:
 

E mais recentemente o clipe todo fofo-glitter-ouro-unicó
rnios da MIA:





E o que são o kitsch e o brega senão o artifício em doses cavalares? O batom é um bom exemplo, se usado de maneira comedida, correta, ele vai aparentar o mais natural possível; diferentemente de quando usado sem tanta destreza e discrição, que é quase como colocar uma placa de "OVER" no pescoço da indivídua.

Leigh Bowery e modelo no desfile F/W de Alexander McQueen
Se a estética do kitsch é tendencia, ou se a formalidade e a elegância estão com os dias contados eu não tenho idéia. Mas uma coisa é certa: o kitsch é bem mais divertido.

10 de agosto de 2010

Campanha pela real beleza BOZZANO

A Geil Magazine, publicação alemã de moda e comportamento voltada para o público masculino, circulará a partir do mês que vem a quarta edição de sua revista que tem como objetivo "resgatar a beleza masculina" da feminilidade que os modelos atuais aparentam.

Com 5 modelos diferentes para cada capa, a revista visa salvar esse homem que dizem estar em perigo de extinção. 

Logicamente que tal alegação é uma resposta à heidi-slimanização ocorrida em muitas grifes, onde modelos antes grandes e sarados foram substituídos por jovens de estatura média além de medidas e peso mínimos, além de traços mais delicados e fisionomia por vezes andrógina.
Desfile S/S 2011 de Jean-Paul Gaultier
Modelos do desfile S/S 09 da Burbery Prorsum
Desfile S/S 2011 Gucci
Campanha A/W 09 da Prada, fotografada por Slimane
Porém, dando uma olhada nas edições anteriores da mesma revista, não é nada difícil encontrar editoriais com esses modelos que a revista diz terem distorcido a imagem masculina. Mesmo numa das capas pode-se notar um pouco da feminilidade e delicadeza que a revista alega colocarem o homem  em perigo.

Outro aspecto contraditório é o fato de não estarem inclusas etnias que não as européias nesta edição, pois não há nenhum "representante" latino, asiático, indiano ou do oriente médio. Será que somente os europeus apresentariam esse perfil de virilidade que a revista quer resgatar? Creio que não.

Acho que a iniciativa em si é uma coisa bem válida, como um aviso para lembrar que também há beleza em modelos que não sejam adolescentes esbeltos. Mas, se tomarmos tal publicação como uma afirmação do que deve ser o novo padrão de homem, estaremos impondo novamente limites que a moda masculina levou anos para superar. 

Eu pelo menos, acho que explorar belezas plurais seria algo bem mais considerável, não soaria tão ditatorial e, claro, seria  bem menos monótono.